Comentário crítico ao artigo de Maria
Augusta Nascimento
in Monteiro,
A.;Moreira, A.J.Almeida, A.C. (2012) Educação Online: pedagogia e aprendizagem
em plataformas digitais. Defacto: Santo Tirso – Portugal
Maria
Augusta Nascimento dedica este capítulo à compreensão do processo de
aprendizagem autodirigido, no qual o aprendente faz a gestão da sua própria
aprendizagem, apoiando-se em plataformas digitais e propõe-se repensar a
aprendizagem face às mudanças profundas e aceleradas a que temos vindo a
assistir. A aprendizagem autodirigida ao longo da vida tornou-se numa
capacidade essencial face à Era da Informação, da Globalização dos mercados e
da evolução científica e tecnológica. Estas mudanças têm levado a uma ligação
entre a aprendizagem formal e não formal e têm respondido á necessidade de
promoção da aprendizagem ao longo da vida e sua gestão, potenciando assim o
enquadramento organizacional dos mecanismos e processos que envolve. A autora começa
por clarificar o conceito de personal learning/ambiente pessoal de
aprendizagem: “um dos mais relevantes e promissores no domínio da aprendizagem digital. Considera-se (...) que
a 2.0, está a modificar o paradigma de ensino aprendizagem, (...). Estes
ambientes pessoais de aprendizagem de cariz multidimensional
(pessoas/comunidades, ferramentas /recursos), são suportados por tecnologias
centradas na interação social e na colaboração, desenrolam-se em plataformas e
comunidades e cuja atividade e
organização de cada individuo determina a sua aprendizagem autodirigida, que
está, sem dúvida assente numa forte autonomia, controlo, capacidade de
empreender, motivação, capacidade autorregular e incorporar processos
individuais e coletivos de trabalho. A multidimensionalidade da aprendizagem
autodirigida estrutura-se a partir das dimensões psicológica (controle psicológico
sobre a sua própria aprendizagem, envolvendo aspectos da personalidade e
motivacionais e processos cognitivos e metacognitivos), pedagógica (controlo
sobre os processos de aprendizagem) e social (articulação entre variáveis
contextuais e situacionais e as interações em contextos informais ou formais). A
partir do novo panorama tecnológico assente na Web 2.0 e mais recentemente na
Web 3.0 e com um desenvolvimento
inegável do e-learning, a aprendizagem em rede, coloca a enfâse na autonomia e
no conectivísmo, o que modifica definitivamente a aprendizagem humana,
sobretudo ao nível do envolvimento e interação entre as pessoas relativamente
aos conteúdos distribuídos online. Assim, é pertinente o desenvolvimento da
investigação ao nível da educação formal em aspectos como a natureza da
aprendizagem e o papel do educador face a estas novas realidades.
Madalena
Franco Teixeira
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